Orquestra e oficinas de padaria e de papel reciclável. Esses são apenas alguns exemplos de iniciativas adotadas com sucesso em escolas públicas de Santa Maria que conseguiram envolver alunos, pais, professores e a comunidade, transformando a realidade dos estudantes. Mas a falta de recursos pode ser um empecilho para que boas ideias sejam implantadas nas instituições.
Para ajudar a colocar em prática iniciativas como essas, será lançada nesta terça-feira a campanha Vestindo a Educação, com o objetivo de viabilizar projetos comunitários ações de baixo orçamento nas escolas públicas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
- A medida do sucesso de uma campanha de mobilização é o quanto a comunidade se engaja. Queremos estimular a participação da comunidade e daquelas pessoas que têm pequenos projetos e ações. Nós vemos o quanto é decisivo para a escola ter um ambiente sadio e que motive as crianças a aprender - afirma Lucia Ritzel, gerente executiva da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.
O objetivo da campanha Vestindo a Educação é dar um apoio financeiro para que as boas ideias possam ser implantadas. O projeto é uma iniciativa do Grupo RBS e da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, em parceria com a Lojas Gang e a CWI Software.
Música clássica transforma sonhos
Quando sobem aos palcos, as crianças do programa Orchestrarium não entoam apenas boa música ao som de violinos, violas, violoncelos e do coral. Elas carregam a esperança de transformações sociais por meio da música clássica. O programa da Incubadora de Orquestras Infanto-juvenis foi criado pela Associação Cultural Orquestra Sinfônica de Santa Maria e pela UFSM, que é desenvolvido com 82 crianças e adolescentes no Alto da Boa Vista. Eles aprendem música erudita e a tocar instrumentos.
As atividades são desenvolvidas no turno oposto ao escolar. Respeito, coletividade, concentração, entre outros princípios, são repassados aos alunos.
- Tudo no dia a dia dela melhorou. As notas na escola, o comportamento, a atenção. Tudo - relata Nádia Nascimento, mãe de Gabriela Lopes, 11 anos, violinista do programa.
A costureira Terezinha Dorneles, avó do violinista Yuri Freitas, 9 anos, e do componente do coral, Diego Freitas, 12, ressalta a modificação na vida dos meninos no colégio e em casa.
- Eles eram agitados. Com o projeto, conseguiram se concentrar mais, além das notas serem muito superiores, pois os professores cobram bom rendimento - conta orgulhosa a avó.
No sábado, no Dia do Acolhimento, o Orchestrarium se apresentou no Parque da Medianeira. A assistente social e gestora, Mirian Machado, e o maestro do programa, Marco Antônio Penna, idealizadores do projeto, entre outros professores, não esconderam a emoção durante a apresentação da orquestra, que envolveu as crianças e seus familiares no ritmo da música clássica que transforma sonhos e a educação em Santa Maria.
Oficinas garantem novas possibilidades
Oficinas em tempo integral de padaria, cabeleireiro, serigrafia e papel reciclado. São com esses projetos que a Escola Estadual Paulo Freire transforma a vida de cerca de cem crianças e adolescentes de Santa Maria há 19 anos. Com a intenção de oferecer cursos que possibilitem geração de renda para estudantes em situação de vulnerabilidade social, a instituição ministra oficinas para integrar os alunos e possibilitar crescimento pessoal e profissionalizante. Os efeitos são sentidos na educação e nos sonhos.
- Percebemos melhor rendimento na sala de aula, e possibilitamos meios de eles seguirem nesses ramos ou crescerem em outros - explica o diretor da instituição, Claiton Diniz do Prado.
Aline Nogueira de Almeida, 16 anos, Anderson Gustavino, 15,"